A VECTO é uma ferramenta muito interessante para proprietários de frota

Numa manhã de março de 2021, encontrámo-nos com Stéphane Chambonnière, não muito longe de Vichy (França central). O empresário francês, que gere uma frota de 30 camiões, falou connosco sobre as suas escolhas recentes e futuras, a nível de veículos pesados de mercadorias, para uma resposta aos grandes desafios ambientais, a sua opinião sobre a nova ferramenta de simulação VECTO* e sobre a corrida dos fabricantes à inovação tecnológica.   

Stéphane Chambonnière, diretor da Stéphane chambonnière transports, Varennes-sur-Allier, França.

"A VECTO é uma ferramenta muito interessante para proprietários de frota"

A família Chambonnière tem os transportes no sangue, herdado de pai para filho desde 1927.

O meu avô Alfred começou este negócio em 1927, depois passou para o meu pai Alain em 1976 e eu comecei em 2004. Não se trata de um negócio de família normal, dado que cada um de nós à sua vez, criou a sua própria empresa de transportes, focada em diferentes atividades. Sou a terceira geração, mas na realidade comecei do zero. Não assumi a clientela do meu pai.

Em que tipo de atividades de transporte está envolvido?

A empresa especializa-se no transporte com empilhadores integrados em França - mais de metade dos nossos camiões estão equipados assim. Quase 85% da nossa atividade é transporte industrial. Trabalhamos em distribuição de larga escala com vários clientes, por ex., Candia, Carrefour, Intermarché, etc.

Também temos um nicho de atividade, bastante marginal, com cargas invulgares, particularmente, o transporte de plantas. 

O que sabe sobre a nova ferramenta de simulação VECTO?

Vou ser honesto, tenho 50 anos e a VECTO é um pouco nova para mim. Ouvi falar dela. Por outro lado, os desafios ecológicos e económicos que se estão a tornar cada vez mais importantes nos camiões não são novidade para mim. Estou a trabalhar com as contas dos principais supermercados há alguns anos. Estes clientes pedem-nos avaliações de CO2. Já começámos a investir em novas fontes de energia: gás, biocombustíveis, etc. Acabámos de comprar um trator híbrido B100 da Renault Trucks que vai ser entregue em outubro. A empresa OLEO 100 vai instalar um depósito que nos irá permitir armazenar combustível que é 100% à base de plantas e 100% fabricado em França.

Esta semana estamos a testar um VOLVO LNG (gás natural liquefeito). Estamos cientes de que este processo vai avançar rapidamente.

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Já está em vantagem em relação à concorrência ao escolher camiões com soluções alternativas. Faz entregas em centros de cidade onde os regulamentos estão cada vez mais restritivos. Que camiões prevê utilizar para essas entregas?

Todos esperam que sejam camiões elétricos a fazer as entregas ao consumidor. Eu não concordo com isso. Acho que os empilhadores integrados combinam ecologia e economia. Em termos de CO2, não transferimos as mercadorias. A entrega é feita diretamente da fábrica ao individuo, do ponto A ao ponto B. Isto não gera poluição extra. Quando somos autónomos, não precisamos de outra transportadora para entregas ao consumidor.
Agimos rapidamente porque atualmente só temos camiões EURO 6 com certificação de qualidade de ar Crit'Air, o que nos permite, para já, aceder aos centros de cidade em França. E claro, se necessário, vamos investir mais em gás. 
O elétrico não está pronto, de momento, para transporte de cargas pesadas. Não existem ofertas suficientes a nível de soluções autónomas.

Concretamente, qual é a vantagem da VECTO para si?

A diminuição no consumo de diesel. Estimo que se trate de 30 a 35% do nosso orçamento total. Se conseguirmos reduzir o nosso consumo, vai permitir-nos aumentar a nossa margem; apesar de termos de ter em conta que os veículos estão cada vez mais caros. Temos 3 VOLVO I-Saves que consomem menos dois a três litros/100 km do que as gerações mais antigas da VOLVO 500 Euro 6. Isto representa cerca de 4 a 5%. Imagine multiplicar isso ao longo de um ano em 30 veículos, aí está a sua margem. Quanto mais fabricantes inovarem, mais interessante será para nós.

Com os novos camiões estamos a conseguir 29 a 30 l/100 km enquanto que, com camiões com 4 anos de idade conseguíamos 35 l/100 km. É uma enorme diferença! O que é importante e interessante com a VECTO, é que os fabricantes podem manter-se informados a nível de consumos. As tecnologias dos motores estão a evoluir todos os anos. Tudo está a acelerar. 

Como é que esta aceleração o afeta?

Estamos numa época em que não nos podemos dar ao luxo de poluir desnecessariamente. Todas as eras têm as suas obrigações, mesmo que sejam difíceis por exigirem adaptação e um investimento significativo. Temos de criar um compromisso e tentar transformar estes desafios em oportunidades para o nosso planeta. 

2030 está ao virar da esquina. Como vê a sua frota daqui a 9 anos?

A nossa frota é 100% Euro6. Talvez até 2030 a nossa frota tenha sido mudada completamente para gás ou 50% gás e 50% B100. Sabemos que vão existir contratempos: avarias, dificuldades em reabastecer com combustível vegetal... Se os nossos clientes estiverem dispostos a ajudar neste processo, estamos prontos para avançar muito rapidamente!